Por, Aniel Costa Cruz
A
convivência a dois é uma experiência extraordinária para os casais. Nesse
convívio muitos fatos acontecem no tal cotidiano, que se fossemos buscar relatos
e fatos, certamente faltariam pergaminhos para registrar.
Nessa
dinâmica das relações, é muito comum quando os casais se unem cada um com suas
habilidades naturais ou adquiridas, começam desenvolver papeis cada um assumindo
aquele que mais tem facilidade em executar e assim tornar a vida matrimonial
mais leve, se é que seja possível. Lembrando que isso ocorre de forma sutil,
sem programar, naturalmente. Tenho um exemplo muito prático, os homens não
gostam, não tem paciência de irem a supermercados, lojas... Isso configura como
perda de tempo, homem gosta mesmo de sair pra beber, o resto é papo furado, a
mulher que fique o dia todo e noite no shopping, e ainda ficam estressadas
porque não conseguiram ver tudo.
Na
minha antiga vida de casado não foi diferente, porem quando foi pro saco a
relação, começou minha aventura. Morando sozinho passei a comprar tudo pra
minha casa e necessidades básicas. Sentia-me totalmente perdido nos
supermercados, açougues... Uma loucura. Achava que comprava tudo, porem quando
dava conta em casa faltava isso e aquilo, por muito tempo isso se repetiu.
Sabe
de uma coisa amigos, essas mulheres entram em nossas vidas e assumem um papel
de feiticeira que resulta em bloqueios mentais. Nesse contexto, um dos itens
que não conseguia comprar nem com reza braba era o tal do cotonete. E vocês
sabem do que estou falando: após o banho, ouvidos coçando... Aquela sensação
quase comparada a um orgasmo, cotonete entrando roçando dentro do ouvido, olhos
fechados, concentração do “caraio”.
Então,
o tempo foi passando e nada de colocar o bendito na lista de compras, bloqueio
mesmo, coisa de maluco. Até que com dois anos nessa minha vida pós-separação,
finalmente consegui comprar o tal cotonete. A felicidade voltou... Pra garantir
que não volte nunca mais à maldição já compro as caixas. E assim tive a certeza
da libertação desse encanto.