Enduro de regularidade: uma constante emoção.



       

Por, Aniel Costa Cruz “Ziggy”

Nesse sábado 16 de Abril, o Itapetinga Moto Clube – IMC, realizou um brilhante evento sendo a sexta edição do Enduro Baiano de Regularidade – Rota do Boi. Foram 121 km de percurso de tirar o fôlego dos pilotos.
O que marcou bastante esse evento foi à organização do mesmo, desde a recepção inscrição e o levantamento da prova com precisão nos mínimos detalhes.
O reflexo do evento foi perceptivo com a chegada dos pilotos, pois empolgados com a prova, demonstravam pouco interesses pelas pontuações obtidas, enaltecendo assim a beleza das trilhas e todo percurso que foi brindado com leves picos de chuvas, apimentando ainda mais os desafios propostos.
Na verdade sempre pensei em escrever algo sobre o Enduro, essa modalidade que apaixona a todos que tem o privilegio de participar.
Trilhar penso que dispensa comentários, pois o prazer em vencer os desafios transpondo obstáculos e chegar a lugares altos que ampliam nossas visões; ver o quanto percorremos pra chegar a determinados lugares... É uma satisfação extraordinária, faz lembrar Cidade Negra, quando diz na canção: “... Você não sabe quanto “caminhei” pra chegar ate aqui.
Lembro-me também de uma fala de um guia de trilhas de montanhas em Ouro Preto – MG, que afirma: “... chegando ao topo, final da trilha, tem-se aquela convicção que embora a vida tenha negado algumas oportunidades, ali, ele tem a certeza que ainda pode mais”. O segredo continua na vontade, querer e persistir.
Alem dessas emoções, trilhar no Enduro Regularidade de Motos é algo que vou me esforçar para tentar descrever. A começar pelo nome ENDURO. No meio a cansaço e verdadeira exaustão física os pilotos chegam à conclusão: “... é por isso que chama enDuro, a coisa não esta fácil é dureza mesmo”, pois é pressão o tempo todo.  
Para os que não conhecem, durante todo o percurso existem os Pontos de Cronometragens (PCs), que cada piloto tem seu tempo ideal para passar, porem esses PCs estão ocultos, por isso obrigam os pilotos a pilotarem todo o tempo com as quilometragens programadas, portanto, estando fora do seu tempo ideal vai passar nos PCs adiantados ou atrasados deixando de pontuar ou perdendo pontos.
Mas quero chamar a atenção naquela situação em que o piloto encontra pilotando no seu tempo programado, ou seja, no cronômetro está marcando zero, o piloto esta navegando zerado, nem adiantado nem atrasado.
É ai que esta o clímax do Enduro, pois navegar zerado não é fácil, devido os obstáculos propostos nas trilhas: o piloto tem que acelerar em lugares difíceis e desconhecidos, guiados exclusivamente por uma planilha (mapa) que indica a direção a ser seguida.
Há uma exigência de concentração, habilidades e sorte de não tomar uma direção errada que vá causar prejuízos diversos.
Então quando vencemos essas diversas variáveis e consegue-se andar no tempo, zerado: vou te falar, é uma satisfação muito grande, um sentimento de completude, de realização pessoal de superação, nos faz perceber que podemos vencer, faz lembrar que na vida é assim também; e que o diferencial esta na persistência e acreditar que podemos ir mais além sempre.
Uma experiência pessoal ocorreu no Enduro em Senhor do Bomfim, depois de algumas provas tentando dominar a arte da navegação, planilhar, finalmente conseguir andar zerado no tempo; a emoção, alegria, regozijo a empolgação foram tantas, que eu acabei esquecendo a moto e levei aquele tombaço.
Outro momento inesquecível ocorreu nesse Enduro Rota do Boi, após subir a imensa serra denominada Corgão e trilhando no meio da mata escorregadia, tentando subir um pouco mais a serra e sem forças nenhuma, sem “pernas e braços” moto deslizando, só ouvia minha respiração forte ofegante, quando olho para meu lado esquerdo na mata, a 1m de distância: uma borboleta de cores inusitadas, cor preta dominante, com listas amarelas e com um desenho vermelho nas duas asas que fazia lembrar um sanduíche, tentando pousar nos galhos da mata. Em segundos toda essa percepção da natureza gerou energia ao observar a leveza da borboleta em contraste com meu desespero em tentar vencer o obstáculo.
Em fim Enduro é só emoção a verdadeira competição que existe é você tentando superar seus próprios limites.
Fazer parte desses grupos como membro da Federação Baiana de Motociclismo – FBM é um privilégio extraordinário, pois nos possibilitam conhecer lugares maravilhosos dessa imensa Bahia, seus diversos municípios, no lombo de uma moto.  
Ressaltar também o nível altíssimo da amizade que é desenvolvida nos grupos pela presença marcante do companheirismo e ausência total de inimizades e violência. A seleção é natural e por cima.
Parabéns a todos Enduristas, pilotos e organizadores que amam esse esporte pelo Brasil adentro.

Salve! Salve!
Ziggy

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