Por Aniel Costa Cruz “Ziggy”
Por alguma razão ou motivos diversos o trilheiro afasta das trilhas. Seja uma moto quebrada e você não encontrou a peça, ou mesmo uma jogada financeira e ai teve que vender a motoca ou o pior, um acidente e muito tempo no estaleiro se recuperando ansioso pra retornar as trilhas ou não.
Na verdade uma coisa parece ser consenso geral: afastando das trilhas o retorno é sempre mais complicado, o piloto perde ritmo, demora mais tempo pensando do que agindo e perde também a confiança, devido às condições físicas não estarem tão favoráveis para o esporte.
É preciso muito esforço para retomar as atividades e encarar novamente os desafios de um trilheiro.
Os motivos que impulsionam o retorno são diversos. Porem, basta relembrar as ultimas trilhas que a adrenalina já começa a pulsar nas veias de um genuíno trilheiro.
Impossível esquecer o companheirismo do grupo e as belas paisagens capturadas ao longo das trilhas, sem falar nas sensações diversas vivenciadas em cada penhasco ou travessias e aquele cheiro de terra molhada que nos fascinam.
Às vezes ouço um trilheiro dizer que vai dar um tempo nas trilhas devido à quantidade de acidentes que esta ocorrendo a cada mês etc. Fico pensando, o que é a vida sem os riscos os desafios! Nós temos aparência de seguridade, pois na realidade todos estamos vulneráveis devido a nossa natureza frágil. Penso que viver já é um risco e aventurar na vida é viver intensamente.
Estamos fazendo história a cada trilha.
Todos nós amamos a liberdade e estar no lombo de uma moto expressa todo esse sentimento: livre para ir onde nossos olhos desejam. Remetem-nos a uma idéia de transcendência, arremesso; transportando-nos para lugares que seria difícil ir de outra forma.
É isso que fascina e faz com que o trilheiro rompa com os impactos negativos, os medos e se lança mais uma vez nessa fascinante aventura, pois ele tem a certeza que será imensamente recompensado.
Acredito que voltar as trilhas é o encontro do trilheiro com ele mesmo.
Que possamos nos encontrar a cada sábado ou domingo e assim sermos mais felizes e realizados na certeza que estamos fazendo aquilo que gostamos
Salve! Salve! Simpatia!
Ziggy
A vida e esse constante jogo de emoções antagônicas que temos. Por um lado, a prudência, o lugar confortável, o não-arriscar-se, a aparente segurança; por outro, a busca, o fascínio da aventura e , sobretudo, o anseio pela liberdade. O que instiga mais?? O ideal seria unir os dois, mas confesso q ,após ler o seu texto, o desejo de trilhar sentindo o vento bater nos cabelos e a liberdade em meu corpo foi maior, mas ainda há uma vontade que consegue superar todas as outras: o de conhecer-se. Um bj e um desejo de grandes momentos em seus caminhos.
ResponderExcluir"... uma vontade que consegue superar todas as outras: o de conhecer-se".
ResponderExcluirSempre me intrigou uma afirmativa la nos meus primeiros livros de ciência; "...que apesar de todo avanço da ciência nós ainda somos o ser mais desconhecido do universo". Penso que somos um verdadeiro labirinto. E aventurar nas trilhas traz essa sensação de desbravar novos caminhos, novas trilhas, de conhecer novos lugares e talvez nessa busca encontramos um pouco de nós, do elo perdido... Seja na beleza natural, nos lugares ainda preservados ou mesmo na paz que esses ambientes proporcionam.
Seja muito bem vinda nesse espaço que agora é seu também.